Especialista em educação infantil, Telma Abrahão, discute consequências no comportamento de crianças criadas em meio a medo e punições

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A punição e o castigo causam dor, vergonha e culpa nas crianças e ao contrário do que muita gente acredita, não educa. E, além disso, a punição desconecta os filhos de seus pais.

Já sabemos que aprendemos melhor no amor e não através da dor. Mas para que isso seja possível na prática, precisamos, primeiramente, nos educarmos e nos conscientizarmos que há formas que façam mais sentido para educar, como por exemplo ser um bom exemplo para os filhos.
Castigos geram muitos problemas comportamentais nos filhos e por mais incrível que pareça, essa atitude não melhora o comportamento indesejado, aliás, tende a piorar muitas vezes.

É muito dolorido apanhar de quem se ama. Os filhos são loucos pelos pais e quando apanham não entendem o que acontece. Ficam confusos. Associam amar a uma dor e por isso tanta gente cresce com medo de amar, medo de se entregar, medo de sofrer. Claro, começaram a fazer essa confusão desde pequenos dentro da própria casa. “Como alguém que diz que me ama também pode me ferir?”. “Como alguém que diz que me ama me bate e me faz chorar em vez de me tratar com respeito e me ensinar o que é certo com gentileza.?” Não faz sentido.

Muitos estudos mostram os malefícios dessa forma autoritária e desrespeitosa de educar. Você já percebeu o que acontece quando os pais punem os filhos? Veja abaixo algumas consequências desse tipo de educação que desconsidera o que a criança pensa e sente :

1) convidam os filho a rebelião e não a colaboração


2) despertam sentimentos como medo, raiva e vingança ao invés de respeito e empatia.


3) os hormônios do stress como cortisol e adrenalina aumentam e isso diminui a capacidade de foco e concentração da criança


4) desconecta, pais e filhos, emocionalmente e, portanto, existe uma menor a chance de mudanças positivas no comportamento


5) faz com que as crianças tenham crenças como “não sou uma boa criança”, “ninguém me ama”, “não faço nada certo” e isso afeta a autoestima delas negativamente.

6) o mau comportamento não melhora

7) quando essas punições são frequentes podem ainda acarretar estresse tóxico o que tem vários efeitos negativos como agressividade, problemas de socialização, dificuldades de aprendizado e distanciamento emocional dos pais.

E sim, as crianças precisam de limites, aprender a seguir regras e a respeitar o próximo. Mas existem outras formas de educar que não seja usando a força, o desrespeito e a agressividade. É preciso desenvolver habilidades emocionais e de comunicação e nos pais e nos filhos para que a qualidade das relações possa melhorar e claro que essa mudança precisa começar pelo adulto dessa relação. Exemplos dessas habilidades:


Praticar a empatia – ouvir e validar o sentimento das crianças que tantas vezes não possuem o direito nem de se expressarem livremente por excesso de repressão e critica.
Buscar equilíbrio, autoconhecimento e autocontrole – toda mudança começa de dentro pra fora. Não adianta cobrar calma, equilíbrio e autocontrole dos seus filhos se você ainda não é capaz de agir assim.

Entender que os erros fazem parte do processo de aprendizado – punir uma criança porque ela cometeu um erro é algo no mínimo muito incoerente. Claro que ela precisa compreender os motivos que a levaram a errar, mas ninguém nasce sabendo. Cabe aos pais ensinar, ter paciência, ensinar as crianças a pensarem e focar em soluções para que esses erros possam ir diminuindo ao longo do caminho.

Aceitar a personalidade única de cada filho – somos únicos e mesmo que você tenha 5 filhos, cada um será de um jeito. Quando os pais tentam colocar os filhos dentro de “moldes” pré-definidos podem causar muita resistência e conflitos.


Precisamos ter a humildade para reconhecer que sempre teremos muito a aprender, especialmente, quando se trata de educar outro ser humano. O desafio é grande mesmo. Mas você pode começar a mudar suas atitudes e colher novos resultados mais positivos no seu convívio familiar.

Acompanhe Telma Abrahão no Instagram: www.instagram.com/telma.abrahao

Imprensa concedida por: Roberta Nuñez – RN Assessoria Imprensa

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